Conheça a história de Edméia Euzébio, a mãe que teve seu filho assassinado, enfrentou o sistema policial do Rio de Janeiro e morreu pela coragem de não ficar calada.
Edméia, uma mulher negra e pobre, residente na comunidade de Acari, Rio de Janeiro, viu sua vida mudar em 11 de julho de 1990, quando, em uma manhã de calor, recebeu a notícia de que 11 jovens, quase todos da mesma comunidade, desapareceram. Dentre eles, estava seu filho.
A comunidade se revoltou com o sumiço dos jovens e, tomada de indignação, Edméia e outras mães formaram um grupo para acompanhar e cobrar uma solução para o triste evento, já que sabiam que sem mobilização não haveria nem investigação do caso.
A partir daquele momento, começava uma árdua batalha de mães em busca de justiça pelo sumiço de seus filhos.
As primeiras investigações davam conta de que os desaparecidos foram mortos e tiveram os corpos ocultados por Policiais Militares do Nono Batalhão. A tese foi sendo comprovada pouco a pouco, mas andava a passos lentos, como de costume em toda investigação relacionada a casos envolvendo as forças policiais.
Foi então que Edméia, liderando as mães de Acari, inicia um corajoso trabalho de investigação e divulgação dos resultados. A mãe descobriu e passou a frequentar lugares de desova de corpos, cemitérios clandestinos, denunciar policiais que faziam parte de grupos de extermínio e visitar ex-policiais presos, para colher informações sobre o paradeiro do corpo do filho. Edméia e as mães de Acari também acionaram órgãos internacionais de Direitos Humanos como a ONU e a Anistia Internacional e forneciam, constantemente, boletins dos avanços das investigações à imprensa nacional.
A postura das mães passou a incomodar grupos de policiais que supostamente estavam envolvidos nas mortes. Em 1993, após o recebimento de muitas ameaças, Edméia fez uma visita a um ex-policial que estava preso e descobriu que os meninos de Acari foram realmente assassinados. Segundo afirmam, após a visita, ela portava nomes de alguns dos assassinos e o paradeiro dos corpos, porém, no trajeto para casa, Edméia e a cunhada sofreram uma emboscada e foram brutalmente assassinadas, os suspeitos eram policiais ligados ao Nono Batalhão.
Após o assassinato, o movimento das mães de Acari sofreu um duro golpe, mas as mulheres não desistiram, continuaram mobilizando a população civil e órgãos de imprensa para não deixar que o crime caísse no esquecimento.
Hoje, quase 30 anos após o crime, nenhum dos dois processos andou, eles ainda se encontram em fase de instrução. Ninguém foi punido, a Anistia Internacional vê conivência da justiça e do MP. Edméia está morta e as mães de Acari continuam em busca de uma justiça longínqua, no país da impunidade.
“Nossos filhos fossem ricos e não negros, pobres e favelados, os culpados já teriam aparecido e nós teríamos sido tratadas de outra maneira”, disse Vera Lúcia Flores Leite, mãe de Cristiane Souza Leite, 17 anos.”
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