De ritual asteca a símbolo de rebeldia nos anos 50: a inusitada história do chiclete

O chiclete ou goma de mascar é um dos produtos mais conhecidos da humanidade. É possível identificar a cultura de mascar algo elástico em quase todas as sociedades humanas.

Acredita-se que a origem dos chicletes se deu em várias sociedades ao redor do globo, em períodos bastante diferentes. Há registros de pessoas mascando resinas na Grécia Antiga e na América pré-colombiana.
A goma de mascar é produzida a partir da matéria prima látex, retirada de uma árvore com o nome de Chicle, muito comum na América Central. Após um processo industrial, chega às prateleiras dos supermercados e padarias e é consumida por bilhões de pessoas diariamente.
Segundo historiadores, o chiclete era usado em rituais maias e astecas para manter o bom hálito e evitar problemas de ouvido, devido à pressão do ar em regiões acima do nível do mar.

Quando os europeus passaram a colonizar as etnias americanas nativas, logo absorveram esse hábito.
Mas a popularização do chiclete, com sabor, como conhecemos hoje, inicia-se em 1870, quando o general mexicano exilado Antonio Lopez, que convivia com comunidades que mascavam chiclete embebedados em xarope de alcaçuz, tomou contato com essa prática. Inserido nos meios militares dos Estados Unidos, o chiclete proporcionava energia para os soldados de forma rápida e prática. Era só retirar um pedaço e mascar por horas, absorvendo o açúcar do alcaçuz.

Em 1872, Thomas Adams passou a comercializar o chiclete nos Estados Unidos. A grande popularização da goma, porém, veio durante a Primeira e Segunda Guerra Mundial, quando as tropas europeias e norte-americanas receberam o chiclete como parte da ração.

Esses mesmos soldados, ao término do conflito, continuaram com o hábito de mascar chicletes e o costume passou para as gerações dos anos 50. Quando o conceito de adolescência e juventude passou a fazer parte da história europeia, chupar chiclete acabou virando ação identitária da juventude da metade do século XX.

Ao final dos anos 80, a goma de mascar tradicional, dotada de quantidades enormes de açúcar, passa a sofrer questionamentos sobre os seus impactos na saúde humana. Problemas de estômagos foram relacionados ao hábito de mascar e as indústrias foram modificando as fórmulas para inserir outras funções à goma, como ajudar a limpar os dentes, dar sensação de refrescância e melhorar o hálito.
Vendido sempre a um preço acessível, o chiclete é, ainda hoje, um dos produtos mais conhecidos do mundo.

Referências:

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-e-a-origem-da-goma-de-mascar/#:~:text=No%20s%C3%A9culo%20XIX%2C%20descobriu%2Dse,escala%20a%20partir%20de%201860.
https://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/historia-do-chiclete-e-sua-difusao-no-mundo.htm
https://escolaeducacao.com.br/historia-do-chiclete/
https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/turismo/internacional/america/caribe/invencao-mexicana-goma-de-mascar-existe-ha-500-anos,ae5aa5133bbda310VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/03/30/afinal-chiclete-pode-ser-um-aliado-da-saude-bucal-ou-esta-mais-para-vilao.htm