Mídia e Sensacionalismo: O uso midiático da virgindade de Sandy

A violenta investida midiática para expor a vida sexual de Sandy. Durante anos, a artista teve a vida pessoal vasculhada e especulada por centenas de programas de TV e revistas. Gerando muito dinheiro para as grandes redes de tv, impressa e rádio.

Não é segredo que a vida de Sandy e seu irmão Junior foram acompanhadas pelos brasileiros desde que o casal de irmãos passou a fazer sucesso. Desde crianças os dois participavam de programas de TV e o país acompanhou o crescimento dos cantores. Incluindo a fase da adolescência e vida adulta.

Sandy ficou, durante muitos anos, conhecida como a “virgem do Brasil”. A cantora e seu irmão Junior cresceram aos olhos do público e frequentaram todos os mais famosos programas de televisão dos anos 90.
O talento para a música e o público que carregavam, não eram suficientes, aos olhos dos produtores de programas televisivos e revistas de fofocas, para segurarem uma matéria, era preciso entrar na vida sexual dos garotos.

O período dos anos 90 foi marcado pela hiperssexualização na telinha. Infelizmente, os irmãos não escaparam desse processo. Principalmente Sandy que, desde as primeiras entrevistas, era questionada sobre namoro, beijo na boca e virgindade, inclusive por apresentadores de TV do calibre de Jô Soares, Xuxa, Faustão e Gugu, referências da época.

As investidas midiáticas chegaram a ser tão fortes e pesadas que a família precisou pedir para que apresentadores parassem de perguntar sobre a virgindade da cantora.

Após assumir o namoro com um famoso cantor, que hoje é seu atual marido, publicações passaram a disseminar todo tipo de histórias sobre a primeira vez de Sandy. Deixando sua privacidade exposta, como se, ao transar, estivesse fazendo coisa errada.

Mas nenhuma fala foi tão repercutida como a que Sandy declarou à Playboy em uma entrevista que deu à revista: “É possível ter prazer anal”.

A frase, retirada de contexto (a cantora fez uma reflexão sobre a fisiologia humana, já que o ânus tem terminações nervosas que podem levar à sensação de prazer), foi espalhada como se Sandy fosse uma viciada em sexo anal, o que não teria problema algum, mas, na cabeça de muitos brasileiros, já tomada de fetichismo pela garota, criado midiaticamente ao longo de uma década, gerou uma polêmica estrondosa e levou a vida sexual de Sandy mais uma vez para a boca do povo.