The GodFather Made In Rio: Castor de Andrade, o bicheiro que conquistou criminosos e militares
Castor de Andrade foi um famoso bicheiro e contraventor carioca e um dos maiores patrocinadores do carnaval do Rio de Janeiro, além de um habilidoso estrategista dentro dos meandros dos jogos de poder.
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Nascido em 1927, Castor era filho de um grande bicheiro, ao receber a herança de seu pai, expandiu consideravelmente os negócios da família se tornando o bicheiro mais famoso e poderoso da história do Rio de Janeiro. Além de comandar bancas de jogo do bicho e máquinas caça níqueis, Castor mantinha boas relações com os governantes do Rio de Janeiro e com os militares que comandavam o país. No governo militar, diversos generais lhe dedicaram atenção especial, a ponto de um secretário de Segurança do Rio de Janeiro, o general Waldir Alves Muniz, ter recebido instrução, do governo federal, para “evitar problemas com Castor de Andrade”.
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Foi patrocinador e principal torcedor do time Bangu. Em seu mandato, o clube sagrou-se vice campeão brasileiro e campeão carioca. Com a fama de criminoso romântico, Castor proibia venda de drogas nos pontos de bicho que controlava e impedia a venda de bebidas alcoólicas a menores de idade nos bares que hospedavam suas máquinas.
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Em 1994, o bicheiro foi preso, em poucos dias de cana, fez uma verdadeira revolução dentro da cadeia:
As celas se tornaram suítes de luxo, com ar-condicionado, lavadora de roupa, frigobar, televisão e videocassete. As festas na prisão eram constantes e movidas à champanhe e caviar. Além de comprar mordomias, o contraventor financiou a reforma das instalações e o conserto de carros de polícia. Condenados e funcionários passaram a dever favores para o detento ilustre.
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Em 11 de abril de 1997, desrespeitando pela enésima vez a ordem judicial, o contraventor jogava cartas na casa de um amigo, no bairro Leblon, quando sofreu um ataque cardíaco fulminante, que o matou. Seu corpo foi velado na quadra da Mocidade. No carnaval de 1998, público e foliões presentes ao sambódromo fizeram um minuto de silêncio em sua homenagem.
Foto: Jorge Cecílio, Folha de SP