Como foi a Noite das Degolas. Um dos episódios mais violentos já registrados na história do Brasil
Ocorrido no seio da Guerra Civil Federalista, o evento revelou carrascos como Adão Latorre que, em uma única noite, cortou mais de 200 pescoços.
A Revolução Federalista foi um conflito ocorrido no Rio Grande do Sul entre os anos de 1893 e 1895. As causas desta revolta foram a insatisfação dos federalistas com o domínio político de Júlio de Castilhos, na época governador do Rio Grande do Sul. Essa insatisfação gerou uma disputa política entre dois grupos: os chimangos (pica-paus), defensores do governador e do regime presidencialista, e os maragatos (federalistas), que pretendiam derrubar Júlio de Castilhos e implantar o parlamentarismo.
As discordâncias ideológicas geraram um conflito armado, que ficou marcado pela prática da degola e teve entre seus personagens a figura de Adão Latorre, conhecido pela destreza com que manejava sua faca e pela trilha imensa de degolados que ele deixou em seu caminho.
Adão Latorre nasceu no ano de 1835, em Cerro Chato, no Uruguai. Descendente de negros escravizados, ele teve uma vida marcada por dificuldades e trabalho pesado. Aos 16 anos, alistou-se no exército do Partido Blanco, tendo grande destaque no exercício de suas funções, o que fez com que, aos 25 anos, já tivesse se tornado capitão. Latorre participou da Revolução das Lanças, lutando ao lado de Timóteo Aparício e Aparício Saraiva e destacando-se muito em táticas de guerrilha e cargas de cavalaria ligeira. Sua atuação nas tropas uruguaias fez com que chegasse ao posto de coronel.
Ao cruzar a fronteira, Adão Latorre trabalhou como capataz dos irmãos e chefes militares Joca e Zeca Tavares, acompanhando-os na Revolução Federalista de 1893. Segundo relatos da época, no dia 28 de novembro, ele cortou a garganta de dezenas de prisioneiros pica-paus, tingindo de vermelho o lenço branco que os inimigos usavam. Alguns relatos, atribuem a Latorre cerca de 200 degolas e dizem que ele era extremamente competente no manejo da lâmina da faca, além de mostrar-se impiedoso e sem qualquer sentimento de culpa no exercício de sua função. Para ele, as degolas faziam parte da estratégia de guerra e eram executadas com precisão.
Em abril de 1894, o exército de Júlio de Castilhos cercou as tropas federalistas na localidade de Boi Preto. Os rebeldes foram presos e degolados ao longo do caminho. Segundo registros, todos os 370 prisioneiros foram mortos. Adão Latorre, no entanto, conseguiu escapar do massacre, falecendo em combate, três décadas depois, aos 88 anos, enquanto lutava contra chimangos na revolução de 1923.
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Referências:
MARIANO, Nilson. “Um tal de Adão Latorre – a Degola na Revolução de 1893”.
Porto Alegre: Editora Edigal, 2019.