Crimes

O Caso da feminista que matou o irmão de Nelson Rodrigues

O crime, ocorrido em 1929, foi decisivo para formar o estilo da obra do autor, que sempre foi recheada de misoginia e desfechos trágicos

Mário Rodrigues, famoso jornalista brasileiro, fundou, durante os anos 20, o famoso jornal “A Crítica”, a empresa empregava seus três filhos: Nelson Rodrigues, Roberto Rodrigues e Mário Filho. A publicação impressa ficou conhecida como uma das mais corajosas do período, a família não tinha medo algum de publicar o que a edição final achasse que a população deveria saber.

Enquanto Nelson e Mário Filho cuidavam da parte de esportes e policial, Roberto era o ilustrador principal e responsável pelo caderno que cobria escândalos da sociedade fluminense da época.

Silvia Thibau era uma jornalista feminista bastante conhecida na cidade do Rio de Janeiro. Julgada pela sociedade por sua conduta reprovada pelas pessoas da época, Silvia se destacava pela independência e luta pelos direitos das mulheres. Ela era casada com um empresário e, em determinado momento da relação, pediu o desquite, algo raro na época.

A “Crítica” fez uma reportagem sobre a separação e Roberto Rodrigues ilustrou a capa do jornal com uma caricatura de Silvia tendo as pernas massageadas por um famoso médico que, segundo a publicação, era o pivô do término do matrimônio.

Silvia, ao saber da reportagem, foi até o jornal e pediu que não publicassem, pois além de sujar sua reputação, o caso não era real.
Mario Rodrigues, proprietário do jornal, disse que não iria mais colocar a notícia em circulação. Mas, no outro dia, a charge e a notícia se encontravam nas bancas.

Silvia, então, acometida por uma revolta raivosa, comprou uma arma e foi até o jornal para lavar sua honra, atitude típica de todo homem na época. Chegando ao local, não encontrou o proprietário, porém Roberto, filho de Mário, estava lá. Os dois tiveram uma conversa que, segundo a versão de Silvia, teria sido bastante agressiva e ela disparou contra Roberto, levando o jornalista à óbito.

A morte foi um escândalo. Silvia foi detida na Casa de Detenção do Rio de Janeiro e os jornais passaram a se posicionar sobre o crime. Parte defendia Silvia, a outra queria sua caveira. A morte de Roberto foi impactante para a família, Mario Rodrigues morreu meses depois, acometido por problemas de saúde em decorrência da tristeza gerada pela perda do filho.

O julgamento de Silvia virou um evento de entretenimento. Foi a primeira audiência da história do Brasil a ser transmitida por rádio.
A população fez torcida, parte pela absolvição, parte pela condenação.

Ao fim do julgamento, Silvia foi considerada inocente, com base em um artigo que saiu do código penal nos anos 40, o qual dizia que era inocente a pessoa que cometesse crimes em situações de perturbação mental ou honra ferida. Geralmente, essa tese era usada para livrar da justiça maridos que matavam mulheres pegas em adultério.

Em 1930, a família Rodrigues foi praticamente expulsa da cidade do Rio de Janeiro, pois seu jornal se colocou frontalmente contra Getúlio Vargas, que ascendeu ao poder naquele mesmo ano, no evento conhecido como “Revolução de 1930”.

Nelson e Mário Filho foram contratados pelo jornal “O Globo” e Rodrigues virou um dos maiores escritores do século XX. Tendo criado em suas obras personagens com grandes pitadas de misoginia e finais trágicos, como o do seu irmão, no final dos anos 20.

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