O Diabo em forma de mulher: Maria Mandel, a besta de Auschwitz
Muitos carrascos e homens cruéis ficaram conhecidos durante o período em que o Nazismo tomou conta da mente e governo alemão. Mas também tivemos muitas mulheres que, ao aderir a esse terrível sistema, inundaram o mundo com cenas grotescas e assassinatos em massa.
Esse é o caso de Maria Mandel, uma guarda de alta patente da SS, grupo paramilitar fiel à Hitler. Mandel foi recrutada para fazer parte do corpo de guardas da prisão de Lichtenburg, uma das famosas prisões onde eram colocados judeus poderosos, ciganos e inimigos do sistema, antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial.
Mandel, que vivia para o trabalho, se dedicava a maltratar e humilhar simbolicamente, de forma bem rígida a atroz, ciganos, judeus e todos os tipos de pessoas que o nazismo repelia ou queria extinguir da sociedade.
Por ser uma fanática e muito competente em executar o trabalho, Maria foi rapidamente promovida de guarda para SS-Oberaufseherin (supervisora chefe de setor) e transferida para Ravensbrück, um Campo de Concentração a 100 quilômetros de Berlim. Neste lugar, Mandel recebeu o apelido de besta, pois ela ficou responsável pelas chamadas diárias e inspeção de celas. Para causar medo e mostrar rigidez e disciplina, ela implantou castigos físicos como chicotada e espancamentos para mulheres que quebrassem as regras impostas pelo Campo.
O trabalho de Mandel impressionou tanto seus superiores, que seu desempenho chegou aos ouvidos do alto escalão da SS e ela foi transferida para o famoso Campo de Auschwitz. Uma de suas maldades mais conhecidas, ao chegar ao local, era se colocar atrás dos prisioneiros e prisioneiras, quando eles se recolhiam após o trabalho. A ordem para os cativos era não olhar para trás, quem olhasse, era sumariamente executado. Maria também soltava cães nos dormitórios dos judeus e ciganos para que fossem devorados ou sofressem mordidas dilacerantes.
Em 1943, Mandel alça mais um cargo de alto escalão, ficando responsável pela seleção e despacho de humanos para câmaras de gás e execução. E, munida dessa função, ela mostrou sua face mais cruel, fazendo com que uma orquestra de mulheres tocasse música enquanto pessoas eram enviadas para a morte. Mandel também escolhia crianças judias para serem suas mascotes e vê-la fazendo maldade com seus pais, parentes e membros do próprio povo. Como burocrata de Auschwitz, ela assinou e foi responsável direta pela morte de 500 mil pessoas.

Ao fim da Guerra, com a aproximação dos aliados, Mandel fugiu para a terra natal de sua família, na Áustria, mas foi capturada pelo exército dos Estados Unidos. Ao ser interrogada, os oficiais norte-americanos ficaram impressionados com a naturalidade com que falava de suas monstruosidades. Eles, então, enviaram a Besta para a Polônia, onde foi julgada, condenada à morte por crimes contra a humanidade e enforcada em 1948, aos 36 anos de idade e com muito sangue nas mãos.

Referências:
https://www.jewishvirtuallibrary.org/maria-mandel
https://historia.nationalgeographic.com.es/a/maria-mandel-bestia-antijudia-auschwitz_15040
https://artsandculture.google.com/entity/maria-mandel/m02f5ky?hl=nl