A triste história do preso mais jovem a ser torturado pela Ditadura Militar
Durante 21 anos o Brasil esteve enterrado em um período conhecido como Ditadura Militar. Entre 1968 e 1974, ocorreu o momento em que historiadores denominam como “Anos de Chumbo”. Esse período de tempo, quando o Brasil era dirigido pelo General Médici, se configurou como o maior acirramento e violência por parte do aparelho repressivo do Estado.
Foi nessa época que se intensificaram as torturas e assassinatos de líderes políticos, inimigos do regimes, suspeitos, civis e até mesmo crianças. Sim, crianças. A Ditadura não perdoou nem o futuro da nação.
Hoje contaremos a história do preso mais jovem da Ditadura Militar, seu nome é Carlos Alexandre Azevedo e, na época, tinha menos de dois anos de idade.
Carlinhos, como era chamado, era Filho do jornalista Dermir Azevedo e da pedagoga Darcy Andozia Azevedo, ambos com ligação com grupos de esquerda, Alexandre, na época com um pouco mais de 2 anos, foi preso pela polícia civil do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), na tentativa de chantagear e torturar os pais. Mas o garoto foi também muito torturado, ele tomou choques elétricos e foi usado como instrumento para machucar sua mãe psicologicamente, em uma sessão cruel e desumana.
Os torturadores diziam a sua mãe que transformaria o garoto em um picolé, que cortariam os braços e pernas dele. Fizeram o menino gritar e chorar aos berros na tentativa de tirar da genitora informações que pudessem levar ao pai do garoto, na época foragido
Os autores das torturas esperavam que a genitora de Alexandre concedesse também informações sobre movimentos de esquerda e suas principais articulações, mas ela não sabia de nada. Para atingir tais objetivos, cometeram o terrível crime de torturar cruelmente a criança, que nunca mais conseguiu se recuperar psicologicamente, porque além de ser torturado o garoto assistiu os algozes fazendo barbaridades com a mãe.
Em 2013, Alexandre cometeu suicídio, pois era acometido por sequelas desenvolvidas nas torturas que nunca saíram da sua mente