O Fenômeno do Surf Ferroviário
A prática perigosa que levou muitos brasileiros à morte durante os anos 80 e 90
Ao longo dos anos 80 e 90, nos grandes centros urbanos, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro, jovens desenvolveram uma atividade bem perigosa: andar em cima do trem, arriscando a vida, desviando de fios elétricos de alta tensão e barras de ferro, em posição de surfista.
![ARQUIVOS DE UM REPÓRTER](https://4.bp.blogspot.com/_3PmTtIsZ2rc/R-F5KcpvupI/AAAAAAAAD98/tJQDgy_pnqg/s400/Surfista+de+trem-3.jpg)
A falta de oportunidades de trabalho, estudo e serviços básicos fornecidos pelo estado, bem típicos das últimas duas décadas do século XX, geravam uma espécie de tédio e desocupação sistemática nos jovens, principalmente das periferias dessas duas grandes capitais. Acredita-se que a prática, chamada de esporte pelos praticantes, surgiu no início dos anos 80 e atravessou até a década de 90. O Surf ferroviário deu bastante trabalho às autoridades policiais e de defesa civil, pois era muito difícil conter os surfistas.
![ALL realiza campanha contra o surf ferroviário | Fábio Campana](https://www.fabiocampana.com.br/wp-content/uploads/2009/08/Surfista-de-trem-2.jpg)
Segundo os praticantes, a descarga de adrenalina era uma sensação nunca antes experimentada. Essas pessoas eram chamadas de “surfistas de trem”, e o perigoso “esporte” ficou conhecido como surf ferroviário.
No início da década de 90, a prática ficou tão comum que o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro chegou a tirar um corpo eletrocutado por semana de cima do transporte de trilhos. O Governo do Estado do Rio também chegou a criar um departamento de polícia para cuidar exclusivamente dos surfistas e de suas condutas.
![](https://scontent.fvcp4-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/80560927_877652906017385_8985861625286230016_n.jpg?_nc_cat=108&_nc_sid=9267fe&_nc_eui2=AeEgC6-ca-JlJnb-QPfnSQHpdyBLdR3BkpZ3IEt1HcGSlvwr4llZfEbchiNfMY-LIQQACV5DSSWgSluRi2etrd37&_nc_ohc=SenLr3l2o4wAX82mRK_&_nc_ht=scontent.fvcp4-1.fna&oh=263385e7acbc25cf0646d894057d5d25&oe=5FA45C70)