A influência de Paulo Freire na luta antirracista na África do Sul.
Muita gente nos pergunta por que Paulo Freire é odiado por poderosos. Uma das explicações você pode encontrar nesta interessante publicação.
Paulo Freire precisou fugir do Brasil após o Golpe Militar de 1964, exilado nos Estados Unidos foi acolhido na Universidade de Harvard.
No local, conheceu Anne Hope, uma radical cristã, residente na África do Sul. Ao ter contato com o livro “A Pedagogia do Oprimido” de Freire, Anne conversou com o educador e levou sua obra para a África do Sul, país que lutava contra o Apartheid, sistema que separava negros e brancos.
Alguns meses depois, Anne foi convidada por Steve Biko, grande líder da luta contra o racismo institucional no país, para alfabetizar jovens negros usando o método Freireano.
Biko tinha cópia de a “Pedagogia do Oprimido” e mesclou as ideias de Freire com a de Frantz Fanon, autor e ativista Argelino.
Sob as ideias de Freire e o trabalho de Anne e Biko, o movimento antirracista alfabetizou muitos jovens negros, e a partir do processo, os estudantes construíram consciência de classe e raça.
Um grande perigo para os poderosos que dominavam o país.
Considerando as ações alfabetizadoras um perigo, governo da África do Sul proibiu a obra de Paulo Freire no país. Mas cópias clandestinas rodavam nas mãos de jovens estudante militantes.
Biko morreu nas mãos de policiais com 30 anos de idade, após 22 horas de tortura. Mas seu legado influenciou a luta direta contra o Apartheid. Os escritos de Freire foram linha de frente na construção do pensamento de Steve, que influenciou também ações de Mandela e outras lutas em países africanos como Angola, Etiópia e Cabo Verde.
Nada é mais perigoso do que uma ideia quando encontra seu tempo e um terreno fértil para fazer homens e mulheres agirem.
Referências:
https://www.sahistory.org.za/sites/default/files/Steve%20Biko%20Memorial%20Lecture-Europe%202012.pdf
https://www.fundacred.org.br/site/2020/11/09/paulo-freire-e-sua-contribuicao-para-a-educacao/
https://contee.org .br/paulo-freire-e-as-lutas-populares-na-africa-do-sul/
