O Genocídio de Katyn, quando a União Soviética massacrou milhares de poloneses e tentou esconder o crime colocando a culpa da ação na conta da Alemanha.
Entre os inúmeros episódios ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial, esse é, talvez, um dos mais desconhecidos.
Em 1939, no ano de início do grande conflito, a URRS e a Alemanha assinaram um tratado de não agressão conhecido como Molotov-Ribbentrop. O acordo foi assinado, sobretudo, pelo interesse em comum que os dois países tinham pela Polônia, país que, na época, abrigava grande quantidade de judeus.
Após concretizar o pacto, Stalin tinha planos de incorporar a parte oriental polonesa às terras da República Socialista. Ao sentar com seus generais e debater as opções, o ditador assinou uma ordem dando carta branca para a realização de um massacre no lado oriental polonês.
A ideia era exterminar a elite militar, intelectual e política da Polônia, para evitar que o país conseguisse planejar e reunir resistência à invasão Soviética e futura anexação.
Então, no dia 6 de março de 1940, na região da floresta Katyn, onde se encontravam as tropas soviéticas, um genocídio cruel teve início. A princípio, grandes valas foram abertas e oficiais, políticos, padres, lideranças de bairro e todo tipo de pessoa influente, que poderia, através de sua influência, convocar resistência, foram executados. Vasili Blokhin, um major sanguinário, executou sozinho ou sob suas ordens, mais de 7 mil poloneses, tornando-se o maior assassino individual da história. Além das execuções sumárias, muitas mulheres foram estupradas e mortas na frente de seus filhos, em uma cena dantesca e aterrorizante até para os moldes do conflito.
Após dias de matança, o saldo final girou em torno de 20 mil mortos. No entanto, o massacre foi acobertado pelo serviço secreto soviético, comissários políticos e o Exército Vermelho.
Indícios do massacre de Katyn foram encontrados ao longo da guerra por tropas alemães e depois britânicas. Segundo historiadores, os “aliados” resolveram não divulgar o genocídio para manter a União Soviética lutando contra a Alemanha, a própria Polônia se posicionou a favor da decisão.
Mais tarde, após o término da guerra e a morte de Stalin, o seu substituto, Nikita Kruschev, liberou os documentos que revelavam o terrível crime.
Porém, mesmo com os papéis em mãos, a Rússia só assumiu o delito em 2010, emitindo uma nota oficial culpando Stalin e o Stalinismo pela ação sanguinária
Foto – corpos de poloneses, vítimas do massacre, exumados pelo exército polonês. (Domínio Público)
Referências:
https://www.britannica.com/event/Katyn-Massacre