Morte na prisão: A história do massacre do Carandiru
A Casa de Detenção do Carandiru era um importante presídio localizado no bairro do Carandiru em São Paulo. Construído no início do Século XX para ser uma prisão modelo, o presidio era bastante famoso no país.
Durante os anos 60 e 70, a cidade de São Paulo passou por mim m período de grande migração para a cidade, fato que ocasionou uma urbanização desorganizada.
Tão fenômeno aumentou a violência e o encarceramento no só na capitão mas também em todo o estado. O principal centro de Detenção que recebia esse encarcerados era o presidio do Carandiru. O local era tão violento e emblemático que ficou conhecido como “Casa do Diabo”.
Em 2 de outubro de 1992, após uma briga generalizada entre presos, que pertenciam às quadrilhas rivais, dentro do pavilhão 9 da casa de detenção, desencadeou uma rebelião que possibilitou a tomada do prédio. O barulho e desorganização da rebelião levou às autoridades a tomarem providências. Era uma sexta-feira, dois dias antes das eleições municipais. Fleruy, governador da época, quis dar uma resposta rápida à revolta. E enviou as tropas de Choque e da ROTA ( Rondas Ostensivas Tobias Aguar) para dentro do pavilhão. A polícia militar ocupou o presídio com a justificativa de conter a rebelião que se seguiu após a briga.
A entrada da polícia foi desastrosa e resultou em 111 presos mortos. Em um grande massacre. A perícia da polícia civil observou que boa parte dos disparos se encontravam na altura do rodapé das celas, o que comprovação que os presos foram executados mesmo deitados ao chão e rendidos
O Massacre do Carandiru é considerado o evento com o maior número de mortes já registrado dentro de um presidio na história.
A ação ficou conhecida internacionalmente como uma das maiores violações dos Direitos Humanos já realizadas por agentes do Estado.
Pesquisadores como Josmar Jozino, Carlos Amorim, Camila Caldeira e Dráuzio Varela, afirmam que esse evento influenciou a formação do Primeiro Comando da Capital(PCC), segundo eles, a facção nasceu da necessidade de evitar mais massacres e matanças dentro dos presídios.
O massacre em números:
8 presos mortos. Foi o que a polícia divulgou no dia, véspera de eleição.
111 presos mortos (é o número oficial, apesar de ex-detentos insistirem em mais de 200).
103 vítimas de disparos.
8 vítimas de objetos cortantes.0 policial morto.
130 detentos feridos.
23 policiais feridos.
515 tiros disparados.
120 policiais indiciados.
86 policiais julgados.
1 policial condenado (cel. Ubiratan).
632 anos de prisão foi a sentença.
Referências:
Caldeira, Pcc: Hegemonia Nas Prisões e Monopólio da Violência. 2013
Jozino, Cobras e Lagartos, Josmar Jozino. 2003.
Iwi Mina Onodera, Iwi Mina Onodera, 2001