Cinema e Cultura Pop

A trágica história do filme épico que matou todo o elenco

Lançado em 1956, o filme “The Conqueror” (Sangue de bárbaros) é considerado um dos piores filmes da história do cinema, embora tenha sido o décimo primeiro filme mais visto nos EUA em seu ano de lançamento.

Mas o que mais chama a atenção na história dessa obra não é a discussão em torno da qualidade duvidosa da produção, mesmo contando com grandes nomes de Hollywood em seu elenco, como: John Wayne, Susan Hayward, Agnes Moorehead, John Hoyt e Pedro Armendáriz. O que mais trouxe visibilidade para “The Conqueror” foi o número de mortes envolvendo as pessoas envolvidas em sua produção.

Rodado próximo à Área de Testes de Nevada, no Parque Estadual de Snow Canyon, o filme acabou tendo sua história marcada pelos efeitos da radiação na vida de quase todos os envolvidos na produção.
Howard Hughes, produtor do filme, e Bill Powell, seu diretor, sabiam dos riscos da radiação, no entanto, tiveram a garantia da Comissão de Energia Atômica dos EUA de que área era segura e que a presença no local não traria risco às pessoas.

Diante das péssimas condições do set e das elevadas temperaturas do local, as filmagens foram concluídas nos estúdios de Hollywood, porém, para dar um tom mais realista, Hughes levou 60 toneladas de areia contaminada para Los Angeles.

Algum tempo depois do lançamento do filme, começaram as mortes de seu elenco e equipe técnica. Os primeiros diagnósticos de câncer vieram para Powell e Armendáriz, que cometeu suicídio três anos depois de receber a notícia de um tumor nos rins.

Na década de 70, foi a vez de Hayward, Wayne e Moorehead receberem o mesmo diagnóstico. Nos anos 80, 90 membros da equipe composta por 220 pessoas, também descobriram tumores malignos em diferentes locais de seus corpos. Dessas pessoas, 46 morreram em decorrência da doença. Em 1991, Hoyt, faleceu de câncer no pulmão.

Em 1980, o professor da Universidade de Utah, Robert Pendleton, classificou as mortes como uma epidemia e afirmou que o caso deveria ser levado ao tribunal, já que era evidente que a exposição à radiação era a causa do desenvolvimento do câncer em tantas pessoas ligadas a “The Conqueror”.
O diretor Howard Hughes sobreviveu, mas gastou 12 milhões de dólares comprando todas as cópias existentes do filme, na tentativa de impedir que ele fosse visto. Ele encerrou sua vida, trancado em uma sala de cinema em sua casa, enchendo garrafinhas da própria urina e reprisando indefinidamente o filme que lhe provocava tanta culpa.

Três anos após a morte de Hughes, a Universal Pictures adquiriu os créditos de “The Conqueror” e a tentativa de seu diretor de que o “filme da morte” não fosse mais visto, acabou sendo em vão.

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Referências:

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/…/historia-the…

https://www.intermountainhistories.org/items/show/144

https://www.britannica.com/topic/The-Conqueror-film-1956

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