Saiba como foi o show que o SUS deu no combate à AIDS no país
O primeiro caso de AIDS registrado no Brasil foi em 1982. Momento marcado por muitas incertezas e preconceito. De lá para cá, o país avançou significativamente em suas ações de tratamento e prevenção, tornando-se referência mundial no controle da epidemia.
Embora os números de contaminação ainda sejam altos e o trabalho de prevenção seja fundamental, as ações empreendidas através do SUS foram essenciais para que não atingíssemos números ainda maiores e fosse possível aumentar a expectativa de vida dos pacientes.
Em 1986, o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de DST e AIDS, o que foi determinante para o controle e tratamento da doença no país. Através desse programa, estabeleceu-se a garantia de serviços de assistência de saúde, diagnóstico precoce, informação, educação para a prevenção e tratamento gratuito.
Em 1991, o Brasil deu início à distribuição gratuita de antirretrovirais, ação que foi determinante para garantir maior qualidade de vida aos pacientes. Anos depois, a produção de antirretrovirais genéricos no país foi importante para mostrar que o custo de produção desses remédios era baixo, o que permitiu uma renegociação dos preços dos medicamentos, facilitando a distribuição gratuita na rede pública de saúde.
Através do SUS são distribuídos medicamentos que reduzem a carga viral no sangue dos pacientes, reduzindo as possiblidades de transmissão. Além disso, são realizadas campanhas de prevenção e distribuição gratuita de preservativo, a criação de consultórios de rua e de Centros de Testagem e Aconselhamento, ações fundamentais para a redução do número de casos.
Atualmente, o país tem cerca de 827 mil portadores do vírus HIV. Em torno de 455 mil pessoas realizam o tratamento através do SUS, recebendo gratuitamente o coquetel de remédios e contando com todo o atendimento de saúde necessário. Dentro desse grupo que se encontra em tratamento, 410 mil pacientes apresentam uma carga viral indetectável, o que significa ter uma boa qualidade de vida e uma baixa possibilidade de transmissão do vírus.
Esses resultados positivos decorrem do pioneirismo do Brasil em adotar a PrEP (Terapia de Pré-exposição ao HIV) como política pública, garantindo, desse modo, o tratamento adequado aos pacientes e a elaboração de ações que visam reduzir a transmissão. Através do trabalho realizado pelo Sistema Único de Saúde, houve um aumento no número de pessoas testadas, o que garante um diagnóstico mais rápido e a redução do tempo entre a descoberta do vírus e o início do tratamento, o que garante resultados mais positivos.
Ainda há muito por se fazer na luta contra a AIDS, mas o Brasil se tornou uma referência mundial justamente porque tem um sistema de saúde universal, que garante o acesso ao medicamento, o diagnóstico dos pacientes e a elaboração de campanhas de prevenção. Informar sobre o HIV e a AIDS, combater o preconceito e mostrar a importância da prevenção são ações essenciais para diminuir os casos da doença no país.
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Referências:
PORTELA, Margareth Crisóstomo e LOTROWSKA, Michel. “Assistência aos pacientes com HIV/AIDS no Brasil”. Revista Saúde Pública. n. 40, 2006. https://www.scielo.br/pdf/rsp/v40s0/10.pdf
https://drauziovarella.uol.com.br/coluna-2/os-avancos-e-o-futuro-do-programa-de-hiv-aids-no-brasil-coluna/
https://www.unasus.gov.br/noticia/onu-reconhece-avancos-do-pais-no-controle-da-aids
http://www.aids.gov.br/pt-br/noticias/o-brasil-tem-um-dos-melhores-programas-de-hivaids-do-mundo-diz-drauzio-varella