A influência da Guerra Fria na invenção dos videogames
Depois da Segunda Guerra Mundial, o mundo passou por uma nova configuração em sua geopolítica. Dois sistemas econômicos disputavam a hegemonia no mundo. Esse evento recebeu o nome de Guerra Fria e nós já estamos cansados de ouvir falar dele nas carteiras da escola.
Muito foi escrito, produzido e inventado nesse período, a corrida espacial e a armamentista impulsionavam os Estados Unidos e a União Soviética a investirem cada vez mais em tecnologia.
Entre todos esses fatores descritos anteriormente, o que mais assustava a população era o medo de uma Guerra Nuclear entre as duas potências. O botão, por exemplo, era visto no período com muitos maus olhos, pois o cinema e o noticiário haviam criado todo um simbolismo em cima de botões, já que eram eles que disparavam as bombas atômicas em um mundo distópico, mas bem próximo da realidade, e que poderia surgir a qualquer momento.
É nesse período, que começa a nascer, nas agências de tecnologia desses dois países, o que conhecemos hoje como console de videogame. O primeiro a desenvolver o objeto foi William Higinbotham, que trablhava para a Nasa e ajudou a desenvolver a bomba atômica. William resolveu fazer uma aposta com os colegas e criou um jogo virtual de tênis, muito rudimentar, o qual rodava em um supercomputador da instituição em que trabalhava.
Quando os soviéticos conseguiram colocar o primeiro homem fora da órbita da Terra, os filmes e livros sobre uma guerra espacial encheram as prateleiras de livrarias e salas de cinema.
Foi nesse período que Steve Russell, um professor e pesquisador da MIT, inventou o primeiro jogo que simulava uma guerra espacial.
O jogo, que primeiramente teve uma difusão interna, logo começou a ser comercializado por uma empresa. Porém, era preciso ter supercomputador para jogá-lo, o que fez com que vendesse poucas cópias.
Mas o maior avanço veio mesmo com a invenção do Joystick pela própria instituição MIT.
Tendo como controlar o videogame de forma mais flexível, os consoles estavam prontos para saírem da mente dos cientistas e pararem nas prateleiras das lojas.
Durante os anos 60, houve um grave episódio que quase terminou em uma Guerra Nuclear. Esse fato ficou conhecido como “A Crise dos Mísseis”, quando a CIA descobriu, através de espiões, que a União Soviética estaria guardando ogivas nucleares em Cuba, país bem próximo dos EUA.
Esse evento histórico causou euforia e histeria em boa parte da população norte-americana. Foi nesse momento, que Ralph Baer, o grande magnata da indústria de tecnologia, resolveu comprar a ideia e lançar o primeiro videogame para casa: o Magnavox Odissey.
O lançamento foi um sucesso, o console vendeu cerca de 42 milhões de aparelhos. Estudos de psicólogos chegaram à conclusão de que o videogame ajudava a conter a ansiedade, euforia e medo dos norte-americanos, trazendo um pouco de alívio, através de uma realidade simulada que podia ser controlada pelo jogador, fazendo uso da manipulação dos temíveis botões vermelhos.
Logo outras empresas entraram no ramo. A Atari, por exemplo, virou líder mundial no mundo dos games. Nos anos 80, o engenheiro Alexey Leonidovich Pajitnov, da União Soviética, inventaria o Tetris, um dos games mais jogados da história. Também diminuindo as tensões decorrentes da disputa pela qual o mundo passava.
Hoje, a indústria dos videogames é maior que a do cinema. E inúmeras pesquisas apontam que suas origens, no seio da Guerra Fria, ajudaram a criar uma tradição dos jogos sempre intimamente ligada à história da humanidade.
Referências:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/4278/1/2009_FrankNelyPeresAlves.pdf
https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/1308/1/GMelo.pdf
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/acervo/videogames-jogos-guerra-435306.phtml