História do Brasil

São Luiz, o Cemitério dos Homicídios

Conheça a história do cemitério com um dos maiores índices de enterros por mortes violentas no mundo

Pessoas prestam homenagens aos familiares mortos, no mural de fotografia do
cemitério São Luiz, conhecido como o cemitério dos homicídios

Cemitério São Luiz e os enterros na periferia de São Paulo!

Em um conto de Nelson Rodrigues, um personagem que acaba de falir, descreve o medo de morrer e ser enterrado como pobre: “Não sou defunto de cova rasa”.

Em 1996, a região urbana do Capão Redondo e Jardim Ângela foi considerada a mais violenta do mundo. O cemitério mais próximo de lá é o “São Luiz”. Em meados dos anos 90, eram feitos de 800 a 1000 sepultamentos por mês.
Aproximadamente 80% dos enterros eram em decorrência de causas violentas, sendo que dois terços dos sepultados estavam na faixa etária dos 13 aos 25 anos.

Folha press / reprodução

A maioria dos mortos eram velados e enterrados pela prefeitura, a partir da Lei 11.083/ 91 (que concede enterro com dinheiro público, caso a família não tenha condições de arcar com a cerimônia).
Vizinho de bairros pobres e violentos da periferia de São Paulo, o São Luiz e quem vive em suas redondezas têm muita história para contar.

Há relatos, por exemplo, de velórios que foram interrompidos por troca de tiros. Ou de enterros realizados com a presença da polícia para evitar retaliações.

Folha press / reprodução

A idade média dos mortos enterrados no local é de cerca de 30 anos. Estima-se que o São Luiz é um dos cemitérios com o maior número de enterros por mortes violentas do mundo.
Neste quesito, o São Luiz só perde para os cemitérios de Medelin e Cali, que foram entupidos de jovens assassinados pela guerra do narcotráfico.

Folha press / reprodução

Atualmente, muita coisa mudou na região, ela está menos violenta, porém o cemitério continua sendo um símbolo da violência cruel das áreas pobres de São Paulo.

Folha press / reprodução

“Há quem relate histórias sobre corpos indo embora com a enxurrada, de tão rasas que eram as covas feitas pela prefeitura.”

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