O terrível “Monstro do Morumbi”, o assassino que estuprava e estrangulava mulheres
Em 1970, a cidade de São Paulo se viu aterrorizada por um homem que estuprava e estrangulava mulheres e ficou conhecido como “Monstro do Morumbi”.
O corpo de cinco mulheres havia sido encontrado em condições muito semelhantes. Elas estavam nuas, amordaçadas e com sinais de violência sexual. As mulheres haviam sido estranguladas com meias de nylon ou com pedaços de pano, foram estupradas e jogadas em terrenos baldios. As marcas de violência eram visíveis em seus corpos cheios de hematomas.
Retratos falados já tinham sido divulgados, as buscas seguiam por toda a cidade, o medo tomava conta das mulheres e todas temiam cruzar com o caminho do Monstro do Morumbi.
Ninguém, entretanto, sabia quem era o serial killer até que ele resolveu expandir suas ações criminosas e roubar as joias de sua patroa. Foi através desse crime que a polícia descobriu que o assassino era José Paz Bezerra, um rapaz de 25 anos, que trabalhava em uma mansão no Morumbi.
As investigações do roubo de joias levaram a companheira de José Paz a ser interrogada pela polícia e ela acabou confessando que ele era o estrangulador de mulheres tão procurado na cidade.
Aparecida Silva de Oliveira Oliveira trabalhava como cozinheira na mansão e tinha sido levada à delegacia para prestar esclarecimentos sobre o roubo de joias, mas acabou denunciando o companheiro pelas mortes das mulheres. Ela apresentou à polícia os pertences das vítimas que José Paz havia guardado como relíquias de seus crimes.
As cinco mulheres tinham sido assassinadas entre julho e agosto de 1970. Aparecida descobriu que ele era o assassino quando José chegou com um jornal que estampava o seu retrato falado. Ele acabou confessando para ela que era o assassino e ameaçou matar as duas filhas da cozinheira se ela dissesse algo.
A investigação comprovou que ele era realmente o responsável pela morte das mulheres. Ele seduzia as vítimas e as arrastava para lugares isolados, onde as estuprava e estrangulava. Com seu rosto estampado nos jornais, José Bezerra fugiu para o Rio de Janeiro, onde já havia morado.
Sua mãe chegou a dar uma entrevista ao jornal O Globo dizendo que queria que seu filho fosse preso, pois temia que ele voltasse para casa.
Conforme sua mãe, ele tinha nascido na Paraíba, passara a infância em Nova Iguaçu e, ali, começara a praticar pequenos crimes. Aos 13 anos, furtou uma bicicleta do filho do açougueiro. Aos 18 anos, serviu o Exército, mas foi punido por indisciplina diversas vezes e acabou desertando. Nessa época, surgiram suspeitas de que ele era o responsável pela morte de algumas mulheres na região. Por causa disso, José Bezerra foi expulso de casa por seu padrasto e passou a viver em São Paulo, onde se transformou no “Monstro do Morumbi”.
Procurado pela polícia paulista e carioca, ele fugiu para o Norte, pegando caronas com caminhoneiros. Em novembro de 1970, chegou a Belém e retomou sua rotina de estrangulamentos e estupros. O terror das paulistanas passou a marcar a vida das mulheres de Belém também até que, em novembro de 1971, finalmente, José foi preso pela polícia do Pará.
A repercussão de seus crimes fez com que a população tentasse linchá-lo. Ele tentou se suicidar, batendo seu corpo contra as paredes da cadeia onde foi preso, mas foi contido pela polícia, julgado e condenado a mais de 100 anos de prisão.
José Bezerra confessou 24 assassinatos e atribuiu a culpa de seus crimes à sua mãe. Segundo ele, ela era uma “mulher da vida”, que gostava de “apanhar dos amantes” e que fazia sexo com diferentes homens na sua frente.
Após 30 anos na prisão, José Bezerra quitou a sua dívida com a justiça e foi colocado em liberdade. Na saída da prisão, ele afirmou que seu passado de crimes e violência tinha ficado para trás.
Atualmente, não há informações sobre José Bezerra, não se sabe se ainda está vivo nem onde vive.
Referências.
https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/8480/1/21106024.pdf