O Caso Clinton e o assassinato de reputação de Monica Lewinski, a primeira vítima de “cyberbullying”
Em janeiro de 1998, um escândalo sexual envolvendo o então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, e a estagiária Monica Lewinski parou o país e deu início aos tão comuns linchamentos virtuais.
O caso envolveu perjúrio, a possibilidade de impeachment de Clinton, uma superexposição de Monica na mídia e respingou até mesmo na campanha de Hillary Clinton à Presidência da República em 2016.
Monica Lewinki é 28 anos mais nova que Bill Clinton e atuava como estagiária na Casa Branca, estando sempre bem próxima do presidente.
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Quando o escândalo veio à tona, ambos negaram que tivessem qualquer tipo de envolvimento, mas Linda Tripp, funcionária do Estado, tinha gravações comprometedoras de conversas do presidente e tinha instruído a estagiária a guardar tudo o que recebesse de Clinton.
Diante das provas, Monica passou a ser acusada de perjúrio e acabou revelando o que tinha acontecido. Em um longo depoimento, ela afirmou diante de um júri federal que se relacionou com Clinton durante 18 meses, entre 1995 e 1996, que eles mantiveram 12 relações sexuais dentro da Casa Branca.
Clinton já respondia a um processo por assédio sexual, movido por Paula Jones, ex-funcionária do estado de Arkansas. Em depoimento relativo a esse processo, tanto Clinton quanto Monica negaram que tivessem tido qualquer relacionamento, entretanto, havia provas que diziam o contrário e não foi possível sustentar a negação.
Um vestido azul de Monica se tornou o símbolo do escândalo. Ela o guardara sem lavar e a perícia comprovou que havia nele sêmen de Clinton.
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No dia 17 de agosto de 1998, Bill Clinton admitiu em um depoimento gravado que tinha se envolvido em relações inadequadas com sua estagiária. Sob a acusação de ter mentido no tribunal e de ter tentado obstruir as investigações, o presidente dos Estados Unidos enfrentou um processo de impeachment, mas acabou sendo absolvido.
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Desde que o caso veio a público, a vida de Monica nunca mais foi a mesma, ela passou a enfrentar o assédio diário da imprensa e acabou se mudando para Londres em 2005. Fez um mestrado em Psicologia Social na London School of Economics e se tornou uma ativista contra o cyberbullying, partindo da própria experiência que viveu. Embora no momento do escândalo do caso com Clinton a propagação de notícias online ainda fosse muito limitada, Monica teve sua vida devastada pela imprensa e se tornou o principal alvo da opinião pública a respeito do caso.
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A repercussão de seu envolvimento com Bill Clinton fez com que ela tivesse que lidar com o constante assédio de jornalistas, além disso, dificultou sua carreira na área de marketing e comunicações e fez com que ela desenvolvesse síndrome de estresse pós-traumático.
As consequências do caso foram muito maiores para ela. Apesar de Clinton ter tido que se explicar diante da nação americana, ele não perdeu seu cargo e continuou tendo uma grande influência política depois que deixou a presidência. Sua esposa permaneceu com ele mesmo após o escândalo e o ex-presidente atuou intensamente durante a campanha de Hillary Clinton à presidência do Estados Unidos. Durante a campanha, o escândalo voltou a ser lembrado e Hillary enfrentou duras críticas por ter permanecido com o marido, chegando a ser acusada de conivência diante dos atos de seu esposo.
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Referências:
https://blogs.oglobo.globo.com/blog-do-acervo/post/monica-lewinski-confirma-relacoes-sexuais-com-bill-clinton-em-salas-da-casa-branca-ha-20-anos.html
https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,na-tv-monica-lewinsky-reaviva-escandalo-sexual-com-bill-clinton,70002959936
https://labcon.fafich.ufmg.br/cultura-participativa-escandalo-lewinsky/