Esportes

Tommie, John e Peter: A história antirracista por trás da fotografia mais icônica do esporte

Os dois negros no pódio são John Carlos e Tommie Smith, terceiro e primeiro lugares na prova dos 200 metros rasos na edição olímpica de 1968.

Why Running's Greatest Protest Still Matters | Outside Online

A fotografia é, ainda hoje, símbolo da luta contra o racismo e causadora de forte impacto emocional toda vez que sua história é contada

A década de 1960 foi o ápice da luta contra o Racismo nos EUA, no ano dos jogos, o movimento negro passava por momentos difíceis, pois havia perdido líderes importantes como Malcom X, em 1965, e Martin Luther King, meses antes do inicio do evento.

De Martin Luther King a Maria Eduarda Alves, a violência que ameaça os  sonhos
Velório de Martin Luther King , morto no ano do protesto

Os dois corredores americanos chegaram às Olimpíadas do México como favoritos para vencerem a prova dos 200 metros, com tempos excepcionais, conseguiram lugar ao pódio, junto com o Australiano Peter Norman. Os dois americanos, no momento do hino nacional, levantaram os braços com os punhos cerrados(em referência à luta pelos direitos humanos) e colocaram uma luva nas mãos(representando o poder negro). Até o atleta australiano, que acompanhava Tommie e John, concordou com o protesto e usou um botom dos direitos humanos em seu peito, já que ele era a favor da manifestação, pois a Austrália também tinha um regime bastante racista.

The Whole World is Watching - Legacy.com
Peter, John e Tommie

O manifesto chamou a atenção do mundo inteiro, e foi o evento mais comentado daquela edição dos jogos Olímpicos.

Tommie e John foram expulsos para sempre do esporte e tiveram que pagar pesadas multas. Norman ficou muito mal visto entre os brancos de seu país e, abalado pelo ostracismo social, jamais conseguiu correr bem novamente. Mas a coragem deles e o ato de indignação ficaram para a história como um dos momentos mais emblemáticos do esporte.

Os três atletas continuaram amigos até o fim da vida, Norman(o homem branco) sofreu muito quando voltou para sua terra natal, foi simplesmente deixado de lado pelo Comitê Esportivo Nacional da Austrália e nunca mais conseguiu competir em alto nível.

How the Black Power Protest at the 1968 Olympics Killed Careers - HISTORY
Peter Norman, Tommie e John nos bastidores, preparando o protesto

Em 2006 Peter Norman faleceu, Tommie e John carregaram seu caixão até a sepultura.

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Carregando o caixão de Norman
Legacies: Lives lived / past progressive – Peter Norman 1942-2006 |  Friendship First, Competition Second – An Amateur Sport Website
John Carlos chora ao enterrar o amigo
Five decades before Colin Kaepernick and the current crop of disgruntled NFL players utilized silent protest to bring international attention ...
A fotografia por outro ângulo, mostrando a reação da torcida

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Referências

https://www.history.com/news/1968-mexico-city-olympics-black-power-protest-backlash

http://amsterdamnews.com/news/2017/oct/26/black-power-salute-1968-olympics/

https://sdvoice.info/legendary-olympic-athletes-tommie-smith-and-john-carlos-earn-induction-into-u-s-olympic-hall-of-fame/

https://www.usatoday.com/story/sports/olympics/2020/10/16/today-sports-history-black-power-salute-1968-summer-olympics/3671856001/

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