A estranha história da cidade que elegeu um mosquito como prefeito
Na história das eleições brasileiras, já tivemos vários candidatos peculiares, com propostas e campanhas surpreendentes, que chamavam a atenção por seu nome, modo de se vestir, modo de falar ou por seus jingles, por exemplo. Também já tivemos votos de protesto, que resultaram na eleição do macaco Tião e até mesmo em um mosquito.
Em 1987, em Vila Velha, a população elegeu um mosquito. Na época, o voto era feito através de cédulas de papel e 29.884 eleitores escreveram a palavra mosquito em seu voto, totalizando 23,5% dos votos, porcentagem maior que a de Magno Pires (PT), que foi eleito com 26.576 votos, o que correspondia a 20,9% dos votos apurados.
Descontentes com a política do município, os eleitores se lembraram dos mosquitos que infestavam a cidade e decidiram votar em um como sinal de protesto. Nas cédulas apareceram também “Sapo seco”, “Figueiredo”, “Xuxa”, “Militares” e uma série de palavrões que expressavam o grau de descontentamento dos cidadãos de Vila Velha. Além disso, o número de votos em branco e abstenções também foi muito alto, mais um indício do quanto a população estava insatisfeita com a política local.
Os “votos do mosquito” foram considerados nulos e a vitória ficou com Magno Pires, mas tanto a escolha dos eleitores, quanto a quantidade expressiva de votos de protesto mostraram a decisão da população de explicitar o seu descontentamento nas urnas, dando o recado de que até um mosquito teria mais representatividade política que aqueles que governavam Vila Velha naquele momento.
Referências: