Curiosidades

Ota Benga, o homem que era exposto em uma jaula de macaco

Ota Benga, um homem do povo Mbuti, em uma exposição dentro da jaula de macacos, no Bronx Zoológico, em 1904

Benga era considerado um animal e obrigado a interagir com orangotangos e receber comida de visitantes

Ota Benga foi para os Estados Unidos após ser comprado por um missionário, que o tirou das mãos de comerciantes de escravizados.
Nesse país, ele foi exibido na mostra antropológica da Louisiana Purchase Exposition. Tratado como propriedade do governo da Louisiana, Ota foi levado para ser exposto em vários lugares do globo, durante dois anos. Após essas viagens, ele foi enclausurado em uma jaula de macacos no Zoológico de Bronx, como parte de uma mostra projetada para demonstrar os conceitos de evolução humana e racismo científico.

Na frente de sua jaula, estava escrito “esse ser representa a forma mais baixa de desenvolvimento humano”. A cela na qual Ota Benga ficava era ao lado do espaço reservado a orangotangos e chimpanzés. Aos finais de semana, colocavam o rapaz negro para interagir com esses animais.

Em um determinado momento, jornais afro-americanos e igrejas ao redor do país começaram a protestar contra o tratamento dispensado ao homem negro. Mas o prefeito da cidade decidiu mantê-lo como um animal enjaulado, pois, inicialmente, sua presença no zoológico arrecadava muito dinheiro.
A pedido do governador e diante da queda da arrecadação do zoológico, a prefeitura finalmente libertou Ota Benga.

Associações que representavam pessoas negras tentaram inserir o rapaz no mercado de trabalho. Em 1915, Ota conseguiu um emprego em uma fábrica de tabaco e passou a guardar dinheiro para tentar viabilizar sua volta ao Congo. Porém, após guardar um bom valor, caiu em um golpe e não conseguiu a repatriação. Ota Benga, mais uma vez, foi vítima da sociedade que o marginalizou, desenvolveu depressão e, em 1916, deu cabo da própria vida, com um disparo de arma de fogo na têmpora, arma que comprou em uma esquina qualquer da cidade onde vivia.
Em 2020, o zoológico do Bronx pediu desculpas à sociedade por ter mantido em cativeiro um homem negro.

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