O Crime da Fera da Penha, um dos casos policiais mais conhecidos da história do país
Neide Maia Lopes, de 22 anos, passou a ser conhecida como a ‘Fera da Penha’ após matar uma criança de 4 anos
No final de 1959, Neide, uma bela moça carioca, conheceu o motorista Antônio Couto Araújo dentro de um trem. Os dois engataram um romance e passaram a se ver quase todos os dias.
O entusiasmo da relação durou cerca de cinco meses e foi abalado quando Neide descobriu que seu par era casado e pai de duas meninas pequenas. A moça passou, então, a insistir para que Antônio se separasse da mulher, Nilza.
Por mais de três meses, ele seguiram mantendo o relacionamento clandestino, com Neide sempre cobrando o rompimento de Antonio com a esposa e ele adiando a decisão.
A história, até então idêntica a de tantos outros adultérios, mudou quando Neide se deu conta de que o amante não iria abandonar a família e resolveu castigá-lo.
Foi a partir desse momento, que Neide começou a planejar meticulosamente o futuro crime.
O primeiro passo, foi conhecer o terreno. De forma premeditada e calculista, ela fez amizade com a esposa de seu amante e, em poucos dias, Neide e Nilza viraram amigas. As duas passaram a se encontrar com bastante frequência e Neide passou a frequentar a casa de Antônio.
A amante, imbuída da vontade de se vingar do seu par, escolheu a vítima perfeita para executar seu plano. Era ela, Tânia Maria, de 4 anos, o xodó do pai. A vingança tomava forma mais concreta. O alvo fora escolhido.
No 30 dia de junho de 1960, Neide Maia Lopes colocou seu plano em ação. Após sequestrar Taninha na escola, matou a criança com um tiro certeiro na cabeça. Em seguida, ateou fogo ao corpo. Toda a barbárie se passou nos fundos de um sinistro matadouro de animais no subúrbio da Penha — daí o apelido que a assassina passou a carregar.
Na época, o nome Fera da Penha passou a ser usado por muitas mães para assustar seus filhos e garantir a obediência deles.
Três anos após o crime, Neide foi a julgamento. Alegando doença mental, os advogados pediram sua internação em hospital psiquiátrico. Mas os jurados acreditaram que ela tinha noção dos próprios atos e a condenaram, por sete votos a três, a 33 anos de reclusão, 30 por homicídio e três por sequestro.
Referências:
MAIA, Anette Lobato. “De Neide a Fera da Penha – discursos e representações sociais que atualizam um estigma na mídia”. Dissertação de Mestrado. Brasília: UNB, 2008. https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/3662/1/2008_AnetteLobatoMaia.pdf
https://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,fera-da-penha-pegou-15-anos-imp-,1013734
http://www.memoriaviva.com.br/ocruzeiro/30071960/300760_1.htm