A revista Playboy, uma mina de ouro de Hugh Hefner
Hugh Marston Hefner nasceu em Chicago em 9 de abril de 1926. Atuou como repórter do Exército americano, escreveu histórias em quadrinhos e trabalhou como redator da revista masculina Esquire. Insatisfeito com os parcos rendimentos que recebia, decidiu fundar a sua própria revista.
Através de empréstimos que conseguiu com a sua família, Hefner juntou oito mil dólares e, em dezembro de 1953, fez a primeira edição da revista Playboy na cozinha de seu apartamento em Nova York.
O nome da revista foi sugerido por um amigo e faz referência a uma marca de carro que havia falido. Para estampar a sua primeira edição, ele pagou duzentos dólares em fotos que Marilyn Monroe havia feito para um calendário.
A primeira edição vendeu 54.175 exemplares e, a partir daí, a criação de Hefner trilhou um caminho de sucesso e movimentou grandes quantias de dinheiro. Segundo ele, a Playboy não era uma “revista de sexo”, mas “uma revista de estilo de vida, na qual o sexo era um ingrediente importante.”
Escolhendo um coelho usando uma gravata borboleta como símbolo de sua marca, Hugh Hefner ampliou os seus negócios, expandindo o nome Playboy para um festival de jazz, criando clubes, boates, teatros, cassinos e programas de TV.
Rapidamente, a Playboy passou a faturar milhões e foram lançadas edições em diversos países do mundo. Conhecida por seus ensaios sensuais com belas mulheres, a revista se tornou um símbolo do pensamento libertário. Além das fotografias de mulheres nuas, trazia entrevistas e artigos escritos por grandes pensadores e ativistas, como Miles Davis, Malcolm X, Martin Luther King Jr. e Muhammad Ali.
Muito atento às transformações sociais de sua época, Hefner trazia para a sua revista discussões que indicavam as mudanças ocorridas na sociedade em que vivia, debatendo, por exemplo, o uso de anticoncepcionais, o direito ao aborto e as políticas relacionadas às drogas.
Em 1972, para celebrar sua glória, Hefner comprou a Mansão Playboy, que se tornou o símbolo do sucesso de seus negócios e a concretização da vida desregrada que ele levava, sempre cercado de belas mulheres, promovendo festas extravagantes e se posicionando a favor da liberdade sexual.
A partir de 1980, a revista impressa já não era mais tão rentável, mas as boates com suas coelhinhas, os produtos licenciados e os canais de entretenimento continuaram rendendo excelentes lucros.
No Brasil, a revista foi lançada pela Editora Abril em 1975, mas teve seu nome alterado por causa da censura. Inicialmente, ela recebeu o título “Homem”, só sendo lançada com seu nome original em 1978. Mas desde as suas primeiras edições, alcançou muito sucesso em nosso país, se tornando uma das principais revistas da Editora Abril, que a publicou até 2015.
Com o passar dos anos e a evolução tecnológica, a publicação foi perdendo o seu espaço e Hefner foi se tornando apenas uma figura caricata, sendo visto por muita gente simplesmente como um velho pervertido.
Em 2015, foi anunciado que a Playboy não publicaria mais ensaios com mulheres nuas, mas, logo depois, o grupo voltou atrás em sua decisão. Em 2020, a empresa anunciou o fim da publicação impressa da revista.
Com a morte de Hefner, em 2017, a revista passou a enfrentar dificuldades para se manter, o que se agravou ainda mais com a pandemia. Apesar da crise, a marca Playboy continua muito forte, os produtos licenciados com o seu nome continuam rendendo grandes somas. Hefner deixou para os seus filhos uma herança de cerca de 45 milhões de dólares e fez história se divertindo com as suas coelhinhas e ganhando muito dinheiro com a sua criação.
Referências:
https://exame.com/negocios/hugh-hefner-um-genio-dos-negocios-contra-o-puritanismo/
https://istoe.com.br/playboy-nao-tera-mais-a-edicao-impressa/
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812004000300007
https://www.bbc.com/portuguese/geral-41429612