Conheça o presidente brasileiro que morreu vítima da Pandemia de Gripe Espanhola que assolou o mundo em 1918
A morte de Rodrigues Alves mostrou o despreparo do país na formulação e execução de políticas públicas para conter a proliferação da doença
O primeiro caso de gripe espanhola aconteceu no Kansas, em 4 de março de 1918. Seis meses depois, a doença chegava ao Nordeste brasileiro e vitimava um número alarmante de brasileiros.
Com sistema de saúde precário e ausência de saneamento básico, rapidamente o Brasil viu a doença se espalhar e as mortes aumentarem em um ritmo difícil de ser assimilado.
Dentre as vítimas da gripe espanhola, temos o presidente Rodrigues Alves. Nascido em Guaratinguetá, interior do estado de São Paulo, ele era formado em Direito e iniciou sua carreira política como vereador de sua cidade natal, em 1870.
Após transitar entre cargos políticos e cargos no judiciário, em 1887, foi nomeado presidente da Província de São Paulo. Em seguida, foi Ministro da Fazenda e senador por São Paulo.
Em 1900, foi eleito Presidente de São Paulo e, durante sua gestão fortaleceu o Instituto Butantã e reorganizou os serviços públicos. Em 1902, foi eleito Presidente da República. Em seu governo, destacou-se pela integração do Acre ao território brasileiro, em 1903, e pela campanha de vacinação que gerou a Revolta da Vacina, em 1904.
Rodrigues Alves foi também responsável pela nomeação do prefeito Pereira Passos, responsável pela operação “bota abaixo” no Rio de Janeiro, que promoveu a derrubada dos cortiços do centro da cidade e a abertura de avenidas, fazendo com que a população mais pobre se deslocasse para os morros cariocas.
Em sua gestão, sob a coordenação do médico Oswaldo Cruz, Rodrigues Alves aprovou a lei que tornava a vacina contra varíola obrigatória, o que provocou um imenso descontentamento na população, que dizia que a vacina causaria doenças. A falta de informações precisas e o pânico causado nas pessoas, gerou a Revolta da Vacina e uma série de tumultos no Rio de Janeiro, o que só foi amenizado com a revogação da obrigatoriedade da vacinação.
Em 1906, após cumprir seu primeiro mandato, Rodrigues Alves ficou por um tempo afastado da vida pública, voltando à cena em 1918, quando é eleito para um segundo mandato como presidente. Nessa época, no entanto, a gripe espanhola chega com toda força ao país e não poupa nem mesmo o presidente eleito. O vice-presidente, Delfim Moreira, assume interinamente a presidência, no entanto, Rodrigues Alves morreu em janeiro de 1919 e uma nova eleição foi convocada.
A doença que vitimou o presidente é considerada a pandemia mais mortal de todos os tempos e, assim como várias outras doenças, foi negligenciada quando surgiu. Quando chegou ao Brasil, não faltaram teorias da conspiração para explicá-la e muitas pessoas desdenhando de seus efeitos, tratando a gripe espanhola como uma mera “catarreira”, um “limpa-velhos”, que não oferecia grandes riscos à população. Foi só quando o número de mortos começou a aumentar e os cadáveres começaram a se espalhar pelas ruas, que os brasileiros se deram conta do real perigo que ela oferecia, tornando-se uma doença extremamente letal, que dizimou a vida de ricos e pobres e tirou a vida do presidente Rodrigues Alves antes que ele pudesse tomar posse de seu segundo mandato.
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