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A história de Omayara: um dos símbolos da tragédia do vulcão Nevado del Ruiz

Em 1985, uma foto do fotógrafo francês Frank Fournier circulou pelos quatro cantos do mundo. Ela trazia a imagem da adolescente Omayara Sánchez Garzón, uma das vítimas da erupção do vulcão Nevado del Ruiz, que aconteceu no dia 13 de novembro de 1985, matando mais de 23 mil pessoas.

A adolescente de 13 anos foi encontrada em meio aos escombros de sua casa em Armero. Ela estava presa nos destroços do imóvel onde vivia com a família. A menina estava submersa em água até quase o pescoço, suas pernas estavam ao redor dos braços da tia, que havia morrido no meio dos destroços.

Os socorristas concluíram que seria necessário amputar as duas pernas de Omayara para resgatá-la. No local, porém, não havia nenhum cirurgião. Além disso, não havia nenhuma bomba de sucção de água, o que tornava a possibilidade de afogamento cada vez mais próxima.

Quando foi encontrada, a garota estava consciente e acreditava na possibilidade de resgate. Ela pediu doces, tomou refrigerante, cantou e comemorou o fato de que a mãe estava em Bogotá, portanto, tinha escapado da tragédia. Conforme o tempo ia passando, porém, a sua situação ia piorando. Após sucessivas tentativas fracassadas de resgate, Omayara morreu 60 horas depois, às 10 horas e 5 minutos do dia 16 de novembro.  A causa da morte é provável que tenha sido gangrena ou hipotermia.

A sua história comoveu o mundo. A jovem lutou bravamente pela vida, mas acabou não resistindo a uma tragédia que poderia ter sido evitada. Conforme orientações da Defesa Civil, a população de Armero permaneceu em casa, sem ter chance de escapar do enorme fluxo de lama e detritos que atingiu o município por volta de 23h30. Em meio ao lamaçal, prédios, casas e ruas foram completamente destruídos, deixando muitas vítimas pelo caminho.

O governo federal e o Congresso haviam sido alertados sobre a possível tragédia, mas nenhuma ordem para evacuar a cidade foi dada.

Quando o vulcão entrou em erupção, toneladas de fragmentos de rocha e lava foram geradas, derretendo as geleiras e a neve que cobriam a montanha e produzindo uma “avalanche” mortal, que destruiu Armero e tirou a vida de dois terços de sua população.

Muitas vítimas sequer tinham noção do perigo que o vulcão representava. A sua última erupção tinha acontecido 145 anos antes e os relatórios feitos pelos geólogos sobre o perigo eminente foram negligenciados, o que fez com que nenhuma providência efetiva fosse tomada.

A ordem de evacuação chegou tarde demais, a comunicação foi prejudicada por um forte temporal e, em função de uma sucessão de falhas, Omayara e mais de 23 mil pessoas de Armero e povoados vizinhos perderam as suas vidas.

Omayara Sánchez Garzón virou o símbolo daquela que ficou conhecida como a maior tragédia natural da América do Sul. A sua história foi contada em um conto de Isabel Allende e em um livro de Eduardo Santo, a sua foto circulou pelo mundo, simbolizando mais uma trágica história que poderia ter um final diferente se as autoridades tivessem agido quando deveriam.

Referências:

https://blogs.oglobo.globo.com/blog-do-acervo/post/omayra-sanchez-menina-simbolo-de-tragedia-com-23-mil-mortos-por-vulcao-na-colombia.html

https://www.scielo.br/j/gal/a/CVsSNbCBjCjX5M4FHR8dWkH/?lang=pt&format=pdf

https://www.bbc.com/mundo/noticias/2015/11/151112_colombia_aniversario_30_tragedia_armero_alud_volcan_desastre_natural_lv

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