Como foi a tenebrosa saga para ganhar a primeira medalha brasileira em Jogos Olímpicos
O Brasil é um país bastante competitivo em Jogos Olímpicos de verão. Os jogos modernos iniciaram em 1896, em Atenas, mas nosso país só foi participar de competições em 1920.
A história da primeira participação do país é tão absurda e indignante que renderia várias e várias publicações sobre o tratamento que o país dá aos atletas até hoje.
Após a Primeira Guerra Mundial, depois do contato das Forças Armadas Brasileiras com os países europeus, o Brasil decidiu enviar atletas para os primeiros Jogos Olímpicos do Pós-Conflito.
Os jogos aconteceram na Antuérpia, na Bélgica e foram escolhidos poucos atletas para representarem o país. Entre eles, estava a equipe de tiro do Exército. O Comitê Olímpico Brasileiro, por conta de burocracias e da falta de investimento, não conseguiu ajudar financeiramente os atletas, que pegaram carona em um Navio Mercante. Os esportistas tinham que ficar no porão do navio durante o dia, até o fechamento do bar, local em que eles dormiam, após às 20 horas. Sem camas, estirados no chão, a equipe de 20 homens ficou durante 22 dias nessa situação. Alguns deles chegaram a comer até restos de comida.
Chegando ao Porto de Lisboa, a equipe de tiro foi de trem aberto, que carregava carvão, até Bruxelas, na Bélgica. Durante a viagem, Guilherme Paraense, o principal atleta da equipe, teve as armas e equipamentos de competição roubados. Sem banho, com fome e extremamente cansados, o grupo chegou à Antuérpia. Atletas europeus, todos equipados e bem nutridos, ficaram impressionados com a situação dos colegas brasileiros. O Comitê Belga ofereceu banho e pagou janta aos brasileiros. A equipe americana deu armas e munições da colt para os brasileiros poderem competir.
E não deu outra, Guilherme Paraense, que na época era tenente do Exército, ganhou medalha de Ouro e Bronze no tiro rápido. E o Brasil iniciou sua história vitoriosa nos Jogos Olímpicos.
Voltando ao Brasil, tentaram usar a medalha de Paraense como vitória política. Políticos tentaram pegar um embalo no grande feito dos brasileiros.
Quando vemos nossos atletas, em pleno século XXI, com dificuldades terríveis para conseguirem treinar e ter patrocínio, temos que nos lembrar de que esse tipo de tratamento não é de hoje.
Realmente, o brasileiro é um herói!
Referências: