Entre os anos de 1861 e 1864, os Estados Unidos passaram por uma Guerra Civil, também conhecida como Guerra de Secessão. O conflito armado colocou os estados do Norte e do Sul em confronto e deixou como saldo uma trilha de sangue e mortes. O movimento separatista encampado pelo Sul defendia a criação de outro país, os Estados Confederados da América.
Durante o conflito, os soldados confederados começaram a levar os prisioneiros para campos improvisados. Em um desses locais, na Geórgia, nasceu a prisão de Andersonville. Seus primeiros prisioneiros começaram a chegar em fevereiro de 1864. O local tinha capacidade para abrigar cerca de 10 mil prisioneiros, entretanto, em seus 14 meses de funcionamento recebeu em torno de 45 mil, dentre os quais, 13 mil morreram em função das péssimas condições de vida na prisão.
O local era completamente insalubre, o espaço era insuficiente e inadequado, faltavam roupas, a comida era escassa, o saneamento era precário. Assim, muitos prisioneiros morreram de fome ou de doenças provocadas pelas condições precárias, como escorbuto e febre tifoide.
A superlotação fazia com que faltasse água e alimentos, os prisioneiros se viam em meio à sujeira e vermes. Desnutridos, eles tinham uma expressão cadavérica e sentiam como se estivessem vivendo o inferno na terra.
Além de toda a precariedade das instalações, eles enfrentavam abusos constantes dos soldados, que não perdiam uma oportunidade de humilhar e machucar os presos, especialmente aqueles que não estavam em condições de se defender.
Diante dessa situação, os prisioneiros começaram a se organizar e passaram a se defender dos guardas ou de outros grupos que lhes roubavam os alimentos e roupas. Eles chegavam até mesmo a organizar julgamentos contra aqueles que roubavam mantimentos. As punições variavam entre deixar os infratores acorrentados ou enforcá-los.
O campo só foi desativado em maio de 1865, quando a Guerra de Secessão chegou ao fim. Embora tenham ocorrido julgamentos para responsabilizar os capitães pelos crimes que foram cometidos em Andersonville, praticamente ninguém foi punido. Uma lista com o nome dos 13 mil mortos foi publicada no New York Tribune e o local se tornou um patrimônio histórico americano, para lembrar todas as atrocidades cometidas ali.
Referências:
https://www.nps.gov/ande/learn/historyculture/camp_sumter_history.htm
https://www.history.com/topics/american-civil-war/andersonville