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Conheça a interessante história do filme que salvou um homem da pena de morte, em 1988

“A Tênue Linha da Morte” é uma poderosa narrativa que, de tão bem realizada, foi capaz de reverter um erro judicial, livrando, dessa forma, Adam Randall, condenado à morte pelo assassinato de um policial.

Em 1985, o cineasta Errol Morris pesquisava sobre um polêmico psiquiatra da polícia do Texas (EUA) quando deu de cara com uma história que lhe pareceu, claramente, um grave erro judicial. O caso envolvia o assassinato de um policial em Dallas, Texas, morto a tiros ao abordar um automóvel para uma averiguação de rotina. Um delinquente juvenil chamado David Harris, que estava ao volante do carro abordado, acusou o adulto Randall Adams, a quem ele estava dando carona, de ter realizado os disparos.

Apesar das evidências contra Adams serem inconsistentes, a Justiça local, pressionada pela mídia e população, condenou-o à morte.

Impressionado com o caso, e com o faro de um verdadeiro detetive, o cineasta decide então conversar com todas as pessoas envolvidas na condenação de Adams: investigadores, policiais, testemunhas, advogados e juízes.

Convencido de que Adams era inocente, Morris passa dois anos construindo um enorme dossiê, com entrevistas, prontuários da justiça, recortes de jornal, mapas, álbuns de família, relatórios forenses, e reconstituições.

Em 1988 termina de montar o caso e grava a narrativa em documentário. O filme, que alcançou muito sucesso na época, deixa claro que todos os indícios apontavam para o delinquente juvenil como verdadeiro autor do crime, e não o homem que estava no corredor da morte.

Ao decorrer do longa fica nítido que a polícia abdicou de investigar mais a fundo o menor, pois não poderia imputar-lhe a pena capital.

Em cada entrevista, vamos nos convencendo que na verdade o autor do crime foi David Harris, que havia, inclusive, roubado o carro que dirigia na fatídica noite.

A tênue linha da morte fez tanto sucesso que a justiça Texana converteu a pena de Randall para perpétua e depois anulou o julgamento, absolvendo-o e inocentando-o do assassinato.

A forma como o documentário foi realizado, em uma mescla de depoimentos e reconstituição do crime com uso de atores, influenciou programas policiais em todo o mundo.

Anos após sua soltura , Randall, o homem absolvido graças ao filme, processou o cineasta Errol Morris, por ter contado sua história sem a devida autorização.

Foto: Adam Randall no momento momentos após ser detido e fichado pela polícia.

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