Conforme a tradição cristã, o nascimento do menino Jesus foi anunciado por uma estrela muito brilhante que cruzou os céus do Oriente. O seu brilho guiou os Três Magos que se dirigiram até Belém para ver a criança que acabara de nascer. Histórias da época afirmam que ela ficou alguns meses no céu e os magos estudaram seus movimentos antes de iniciar a viagem.
Embora a ciência não consiga explicar o caráter simbólico que essa estrela ganhou, vários pesquisadores se debruçaram no estudo do fenômeno, buscando evidências de sua existência. No século III, alguns estudos apontavam que se trataria de um cometa, versão que ganhou fôlego com a passagem do cometa Halley em 1301.
Entretanto, essa versão foi descartada quando se descobriu que a passagem do Halley mais próxima daquela região teria ocorrido em 12 a.C.
Em 1572, o astrônomo Tucho Brahe descobriu que uma estrela nova teria aparecido em 7 a.C. Essa estrela fica 100 mil vezes mais brilhante que o normal durante semanas, depois quase não pode mais ser vista.
Johanes Kepler, no século XVII, calculou que em 7 a.C. teria ocorrido uma conjunção planetária entre Júpiter e Saturno, o que fez com que aparecesse um brilho intenso no céu.
Esse fenômeno, que passou a ser chamado de “Estrela de Natal” ocorrerá novamente em 2020 e poderá ser visto entre os dias 16 a 21 de dezembro, após o pôr do sol. No dia 21, a aproximação será tão grande que um brilho ainda mais intenso aparecerá no céu.
Conforme astrônomos, as últimas vezes em que os dois planetas estiveram tão próximos foi nos anos 1623 e 1226.
O acontecimento dessas conjunções é raro porque o tempo em que cada planeta gira em torno do sol é diferente. Segundo o astrônomo Patrick Hartigan, esse evento é chamado de “A Grande Conjunção” e só foi documentado em condições semelhantes às desse ano durante a Idade Média. A aproximação entre Júpiter e Saturno será tão grande, que vai dar a impressão de que apenas metade de uma lua os estará separando.
Explicado cientificamente, o fenômeno ganha uma simbologia ainda maior por acontecer tão próximo ao Natal, remetendo à Estrela de Belém, que teria guiado os Reis Magos até o menino Jesus.
Referências:
https://super.abril.com.br/historia/a-estrela-de-belem/