Brasil, início do século XIX, a vilas das pequenas cidades eram tomadas pela falta de higiene básica. Para se ter uma ideia, a palavra que conceitua limpeza nem existia no vocabulário nacional.
Geralmente, os dejetos (fezes, sangue, urina) eram excretados do corpo, dentro das casas, em buracos ou baldes e alçados, através janela, para as ruas. Não era raro alguém passar em frente a um desses sobrados e ser alvejado por uma quantidade significativa de dejetos.
Vendo a situação se agravar, governantes fizeram leis e passaram a multar quem realizasse esse tipo de prática.
A partir dessas leis, a população passou a guardar os dejetos em barris e deixá-los, geralmente, ao lado das casas. Pessoas escravizadas ficaram encarregadas de dar fim aos excrementos. Foi nesse momento que nasceu uma das piores funções da nossa história, a de “carregadores de dejetos” ou “Escravos Tigres”, como ficaram conhecidos.
Esses trabalhadores passavam duas vezes por semana nas casas das vilas e carregavam barris, lotados até a boca, até os rios ou córregos mais próximos da localidade, onde tudo seria despejado.
Ao longo da caminhada, os dejetos caíam em seus corpos e manchavam suas peles (manchas parecidos com listras). As pessoas se afastavam dos Tigres, como se fossem animais selvagens. Essas especificidades de trabalho lhes renderam o mesmo nome dado aos felinos listrados.
Ao final do dia, após despejar de 30 a 40 barris cada um, eles voltavam às senzalas e nem banho conseguiam tomar.
A função de carregador de dejetos continuou até mesmo depois da libertação dos escravizados, pois, a maioria da população negra não teve oportunidade de melhores empregos.
Clique aqui e se inscreva em nosso canal do YouTube
Referências
https://revistapesquisa.fapesp.br/…/duas-profissoes…/
http://historianovest.blogspot.com/…/cuidado-com-o…
http://rio-curioso.blogspot.com/…/os-tigres-do-rio_02.html
https://zonaderisco.blogspot.com/…/meio-ambiente-do…