Maurina Borges da Silveira, também conhecida como irmã Maurina, foi uma freira presa e torturada pela ditadura militar.
Em 1969, no auge da repressão, período conhecido pela literatura historiográfica como “Anos de Chumbo”, irmã Maurina, então diretora de um orfanato de meninas em Ribeirão Preto, foi presa sob suspeita de abrigar membros do grupo guerrilheiro Forças Armadas da Libertação Nacional (FALN), que ela havia pensado fazer parte do Movimento Estudantil Jovem (MEJ). Levada para o DOPS, em São Paulo, a religiosa passou por cinco longos meses de tortura, em sessões chefiadas pessoalmente pelo temido Delegado Sérgio Paranhos Fleury. Segundo investigação realizada pela Comissão da Verdade, Madre Maurina foi torturada com choques elétricos, inserção de corpos estranhos em suas partes íntimas e muitos socos e pontapés.
As sessões só pararam por intervenção de frei Felício da Cunha, que ameaçou excomungar uma série de militares que trabalhavam na delegacia em São Paulo. Segundo pesquisadores, muitos agentes da repressão temiam tal punição.
As organizações de esquerda, consideradas criminosas pelo governo militar, escreveram vários manifestos inocentando a Madre de qualquer participação em suas ações, mas não adiantou. Com o término das torturas físicas, a religiosa passou por quatro presídios diferentes, até ser libertada em troca do Embaixador Japonês, sequestrado pela organização Vanguarda Popular Revolucionária.
Referências:
https://memoria.ebc.com.br/noticias/brasil/2013/10/historia-sobre-madre-maurina-e-a-mais-emblematica-da-ditadura-militar-diz
http://comissaodaverdade.al.sp.gov.br/relatorio/tomo-i/downloads/I_Tomo_Parte_2_Verdade-e-genero.pdf
https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,morre-freira-que-foi-torturada-e-banida-do-pais-na-ditadura-militar,690235