Até 1959, as escolas da maior parte dos Estados do Sul dos EUA eram segregadas por critérios raciais. Ou seja, negros não podiam estudar em escolas de brancos. Com o avanço da luta pelos direitos civis e pressão popular e política, o presidente norte-americano no período, Dwight D. Eisenhower, passou a encampar, junto com senadores e deputados democratas, ações para diminuir a segregação no país. O movimento negro, liderado pela NAACP, também entrava, sempre que necessário, com processo na Suprema Corte do país para que as medidas federais fossem cumpridas.
Foi nesse contexto, que a pequena Ruby Bridges, de apenas 6 anos, virou a primeira criança negra a estudar em uma escola para brancos. Bridges foi escolhida pela NAACP e pelos pais para ser a personificação do projeto federal que visava acabar com a segregação racial em escolas do Estado da Louisiana.
No dia 14 de novembro de 1960, Ruby Bridges se dirigiu à escola William Frantz em Nova Orleans. Tomada de muita coragem, a garotinha adentrou as dependências do colégio e se deparou com a instituição vazia. O corpo docente se recusou a dar aulas para a pequena garota negra e os pais não levaram seus filhos à escola. Apenas uma professora se propôs a ensiná-la e fez isso aquele ano inteiro, como se tivesse a presença de mais alunos em sala.
Ao final do primeiro dia de aula, três delegados federais, armados, esperavam a grande Ruby para escoltá-la para casa, em frente a uma multidão de quase 1000 pessoas que a ofendiam, cuspiam e a juravam de morte.
O delegado federal Charles Burks, recordou mais tarde:
“Ela mostrou muita coragem. Ela nunca chorou. Ela não choramingou. Ela só marchava como um pequeno soldado, e nós estamos todos muito, muito orgulhosos dela”.
Ruby Bridges, um pequeno passo para uma garotinha negra, um grande passo para a humanidade.
Referências
https://www.thoughtco.com/ruby-bridges-biography-4152073
https://www.biography.com/.amp/activist/ruby-bridges
https://www.britannica.com/biography/Ruby-Bridges
https://www.geledes.org.br/a-pequena-ruby-bridges-e-a-historia-do-racismo-nos-eua/amp/