No final do século XIX, as ideias científicas ligadas ao pensamento evolutivo criaram a Teoria Eugenista, que sustentou todo um sistema de pensamento que separava pessoas por raças.
Na escala evolutiva desse pensamento, os negros eram intelectualmente e culturalmente inferiores aos brancos. Esse pensamento predominou por anos. Mesmo diante do fato de os negros terem criado o Jazz, Blues e a música gospel, essa visão não se alterou. A legitimação científica junto com o ódio que os brancos cultivavam contra os negros por conta da Guerra Civil Americana, quando a abolição da escravatura foi considerada pauta definitiva na eclosao do conflito, fizeram com que os Estados Unidos criassem um conjunto de leis que segregava as duas raças. Esse conjunto de legislação era chamado de Leis Jim Crow e era vigente em muitos estados, principalmente no sul do país.
Podemos citar como exemplos dessa segregação o fato de que negros não podiam se casar com brancos, havia escolas separadas, restaurantes com entradas diferentes, boa parte dos negros não podia votar e, principalmente, eram proibidos de frequentar teatros, nem como atores, nem como plateia.
Hollywood e os teatros, então, no momento de apresentar personagens negros, colocavam um ator branco com o rosto pintado. Geralmente, o artista branco representava o negro de forma animalesca, fazendo humor com a teórica “animalidade” da raça negra, crença bastante difundida no período. A prática, muito racista, fez sucesso entre os brancos do sul e servia como forma de fazer chacota e cada vez mais subjugar os negros, já tão oprimidos pela sociedade e Estados norte-americanos.
Referências:
https://www.history.com/news/blackface-history-racism-origins
https://www.geledes.org.br/significado-de-blackface/amp/
https://www.bbc.com/portuguese/geral-49769321.amp
https://nmaahc.si.edu/blog-post/blackface-birth-american-stereotype
https://amp.cnn.com/cnn/2019/02/02/us/racist-origins-of-blackface/index.html