A artista Marina Abramovic é considerada referência mundial em performance. Ela foi uma das difusoras das performances contemporâneas com a participação ativa do público. Tem em seu currículo mais de 50 obras artísticas. Em anos de trabalho, enfrentou muita coisa, mas nada se compara à atividade desenvolvida por ela, em 1974.
Marina alugou uma sala e se colocou como um objeto diante de seu público. Colocou uma mesa ao seu lado e disponibilizou 72 itens, que poderiam ser usados em seu corpo, sem nenhuma restrição. As ordens foram as seguintes:
– “Existem 72 itens na mesa e vocês podem usá-los como quiserem em mim”.
– Premissa: “Eu sou um objeto. Durante este período, eu assumo toda a responsabilidade pelo que acontecer”.
A performance, com duração de 6 horas, a princípio não apresentou nenhuma anormalidade. Entre os itens disponíveis estavam flores, objetos eróticos, facas e até mesmo uma pistola carregada. Após duas horas, o público observou que a artista não esboçava reação alguma. Foi quando começaram a tirar suas roupas, bater em sua barriga com espinhos, e até mesmo cortá-la ou tocá-la nas partes íntimas. Um homem chegou a passar uma lâmina em seu pescoço. Um dos participantes colocou a arma no rosto e ameaçou puxar o gatilho.
Ao término do evento, a artista deu a seguinte declaração:
“Esse trabalho revela algo terrível sobre a humanidade. Isso mostra o quão rápido uma pessoa pode ferir em circunstâncias favoráveis. Mostra como é fácil desumanizar uma pessoa que não luta, que não se defende. Ele mostra que, se você fornecer o cenário, a maioria das pessoas aparentemente “normais” podem se tornar verdadeiramente violentas”.i
Referências:
BORTOLUZZI, Gilvani José e Biancalana, Gisela Reis. “A arte performática de Marina Abramovic: corpo e dor”. Contemporânea, Santa Maria, UFSM v.1, n.2, e19, 2018, p. 01 – 10…
http://www.iea.usp.br/noticias/marina-abramovic
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-26602018000400763
https://app.uff.br/slab/uploads/2015_d_Lucas.pdf